Os hospitais de Portimão e Garcia de Orta (em Almada) e a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, são as unidades que já fazem interrupções voluntárias da gravidez até às 10 semanas.
"A pressão da população é muito grande. Desde que cumpram a lei não me parece que seja um problema", respondeu Jorge Branco à Lusa quando confrontado com o facto de a regulamentação da legislação só entrar em vigor dentro de alguns dias. A estas unidades vão juntar-se 12 hospitais da Administração Regional de Saúde do Norte, que a partir de segunda-feira começam a realizar abortos a pedido da mulher.
Jorge Branco anunciou ainda à Lusa que o hospital de Matosinhos e o São Francisco Xavier, em Lisboa, são as duas únicas unidades em Portugal Continental que já informaram que não vão praticar a interrupção voluntária da gravidez (IVG) por todos os médicos terem invocado objecção de consciência.
Na Região Autónoma dos Açores, apenas o hospital do Faial vai avançar com a IVG, uma vez que nas outras instituições todos os médicos alegaram objecção de consciência.
A ausência de médicos para realizar a IVG obriga, de acordo com a lei, a unidade hospitalar a contratualizar o serviço com outro hospital, mediante pagamento.
O que diz a regulamentação
A regulamentação da lei da IVG, publicada a 21 de Junho em Diário da República, prevê que a consulta prévia obrigatória seja marcada no período máximo de cinco dias. Durante o período de reflexão da mulher (que não deve ser inferior a três dias a contar da data da primeira consulta), deve ser disponibilizado o acompanhamento por psicólogo ou assistente social, caso a grávida o solicite.
Obrigatória é a marcação de uma consulta de saúde reprodutiva ou planeamento familiar no prazo máximo de 15 dias após a IVG.
Votei «NÃO» no passado Referendo e mais houvesse, tornaria a fazê-lo!
Não é uma questão moral...Não julgo as mulheres que abortam e muito menos as condeno!
Sou mulher e nunca fui mãe mas abortar assim...NÃO!
Parece-me por demais evidente que a questão do ABORTO, não sendo linear, não logra ser resolvida de forma meramente tecnicista - temos hospitais, sim! Temos médicos que aceitam fazê-lo, sim! Mas e o resto?...
A questão de fundo, a meu ver, é esta:
Falou-se muito nos abortos de vão-de-escada, nas desgraçadinhas que morrem esvaídas etc. etc. E eu pergunto:
_Podemos esperar destas mulheres que passem a abortar nos hospitais? Terá a mulher que foi violada pelo pai, pelo avô ou pelo irmão, e a quem já assistia, de resto, o direito legal de abortar, condições para dirigir-se a um hospital público?
_E as "meninas de Cascais" que vão abortar "lá fora? Não será falacioso julgar que vão passar a abortar "cá dentro?"
Não tenhamos ilusões, meus caros:
Quem podia pagar um abort0 em Espanha, irá continuar a fazê-lo...
Quem não podia, continuará a não poder...
Ninguém faz um aborto por gosto!
Não podemos comparar o nosso Estado supostamente laico aos países supostamente evoluídos porquanto realizarem a IVG livre! Mas a verdade é que nem nós somos laicos, nem eles "muito à frente"!
Temos, sim, realidades sócio-culturais diversas e é isso que esta nova lei ignora gritantemente!
Condenar as mulheres que abortam não era solução, obviamente, mas com este estado de coisas mais não fazemos do que tapar o sol com a peneira, à espera que funcione!
Se não temos equipas sólidas de psicólogos /psiquiatras que possam apoiar mulheres vítimas de abuso familiar, violência doméstica, entre outros males sociais, como podemos esperar que as mulheres que abortam venham a ter apoios neste particular???
Acho isto uma aberração e parece-me que quem votou "SIM" deveria retratar-se e pedir desculpas a todas aquelas mulheres que, pobres, continuarão inevitavelmente abortar nos vãos de escada!
Não tenhamos dúvidas: O Aborto é uma vergonha social e isso não se apaga com leis "tapa-buracos"!
Bolas prá hipocrisia instituída e pró polticamente correcto!
Portugal é a minha terra, mas continua uma treta!
3 comentários:
Bom, camisetas personalizadas à parte...
Acho que este é o típico comportamento lusitano. Desenrascar em vez de educar. Mas o "Sim" tinha que ganhar. Nós somos um povo "bué radical", que quer estar na frente da Europa (em tudo menos na educação e competência profissional, isso dá muito trabalho), e então, abortos para todos!
V. Exa. é que devia pedir desculpas por escrever tantos disparates!...
Estais falando comigo, D. Urso?
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