segunda-feira, novembro 06, 2006

no dia em que o vento parou

No dia em que o vento parou nós fomos passear, passear para estarmos suficientemente próximos, passear para estarmos suficientemente distantes.
No dia em que o vento parou houve mãos dadas e abraços. Os medos foram, caíram suspirados e os receios fugiram para o canto do olho.
No dia em que o vento parou querias dar ao teu amor melhor sítio para viver.
No dia em que o vento parou disseste-me para ir e pediste-me para ficar.
No dia em que o vento parou a palavra espantou o sorriso que se escondeu atrás de mim.
No dia em que o vento parou o sorriso converteu-se num choro, primeiro miudinho e avisado e depois solto e profundo como o mar que se ouvia ao longe.
No dia em que o vento parou eu abriguei-me no teu casaco e o choro sumiu-se em risos que correram numa de brincadeira de crianças.
No dia em que o vento parou eu senti-me tua de sempre e para sempre.
No dia em que o vento parou tu soubeste que eu sabia que tinhas o poder de converter o choro em riso e o riso em choro e não me importei.
No dia em que o vento parou abriu-se um olhar entre as lágrimas e o teu azul falou-me do meu amor por ti e eu fui feliz.
No dia em que o vento parou ela disse: para mim, os teus olhos serão sempre azuis, de sol fantástico, azuis de céu e de mar, azuis só.
No dia em que o vento parou ela escreveu que nesse dia ia dormir. Ainda acordou a meio da noite com medo mas perdeu o despertador...

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