terça-feira, agosto 01, 2006

Oportunidades...

Quando vim, houve alguém que me disse, acerca de Macau, que se gostava ou não se gostava, não havia lugar a meio termo.
Não, não vou dissertar acerca da eterna e debatida questão de “gosta ou não gosta” porque a essa há respostas para todos os gostos: há os que gostam verdadeiramente e ficam, os que não gostam e ficam, os que não gostavam e já foram, os que gostavam e foram, etc etc... Mais uma vez, somos todos diferentes. E como tal, temos todos o direito de pensar de forma diferente de acordo com a nossa forma de estar na vida e de acordo com a nossa experiência. Esta, a incontestável verdade.
E é aqui que me demoro. De uma forma ou de outra este sítio, esta terra, marca-nos, transforma-nos e dessa realidade não nos podemos abstrair, nem desligar. Uma marca que nos irá seguir desde o momento que atracamos no terminal de jet-foil.
Uma vez mais, é uma terra de oportunidades para quem as souber aproveitar, ou antes, dar delas conta. Mas mais do que as indiscutíveis oportunidades materiais, profissionais, existem as oportunidades pessoais. E é nessas que estou a pensar.
Podemos dizer que aqui qualquer pessoa pode começar quase do zero. Qualquer pessoa tem a oportunidade de deixar para trás uma desilusão, oportunidade de querer ser alguém diferente, oportunidade de viver com alguém, oportunidade de viver sozinho, oportunidade de se emancipar ou tornar independente, oportunidade de se desprender de um meio que de outra forma seria difícil, oportunidade de voar do ninho familiar, oportunidade de conhecer pessoas tão distintas de si, oportunidade de se encontrar, oportunidade de se tornar mais tolerante...
O mais complicado, parece-me, é tomar a consciência de qual a nossa oportunidade, de a escolher, pô-la na prática... vivê-la! É tomar consciência do que se quer ou não, e seguir por esse caminho. Quanto a mim, apenas posso dizer que já abracei algumas oportunidades que Macau me ofereceu.
Optar por mudar ou por se deixar ficar, apaixonar ou desapaixonar (pelo menos, tentar!), ser dependente ou independente, ficar sozinho ou ter alguém, de ser melhor ou ficar na mesma... Por isso é que “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”(Oscar Wilde)
Saber o quê ou quem nos faz viver cabe a cada momento e a cada um descobrir. E acredito que mais cedo ou mais tarde acabamos por descobrir ou, mais acertado, vamos descobrindo à medida que vamos abrindo e fechando portas na nossa existência.

2 comentários:

Anónimo disse...

Macau é, verdadeiramente, como a Coca Cola, nas palavras de Fernando Pessoa: "PRIMEIRO ESTRANHA-SE.DEPOIS, ENTRANHA-SE".

Anónimo disse...

minha querida, devia ter estado aqui no tempo do lok iune, o salão de chá dançante, quando ainda tinhamos o green parrot no ex-hyatt. bons tempos. ainda não tinhamos sido invadidos pelos professores e a psiquiatria tinha um número saudável de solteiros deprimidos. agora, sempre em frente, não lamente o caldo verde e viva.