Poema adiado (XX/X/MMIX)

POEMA ADIADO*

E de novo eu...

E de novo tu, sem seres de novo...

E de novo nós ...e aí nada de novo!...

E de novo a manhã clara e a tarde e os dias todos inteiros e a noite.

E de novo... tudo de novo!...

E de novo o sempre que de tão novo cheira a novo!

E de novo o amanhã que vem e que tarda...

E de novo a vida à nossa frente, cheia de cores e de caminhos e de desígnios indecifráveis...

E de novo...tudo de novo!...

E de novo eu e tu e tu e eu e isto e aquilo e um funchinho, uma lebrezinha, um bichinho da floresta, um koala que se te apega apertado com medo de cair...de sono!...

E de novo a chuva e uma nesga a rir-se toda de sol e ali o arco-iris a desenhar-se num pedaço de mim...eterno!...

E de novo o começo, o princípio e o meio sem fim...

E de novo o sol e a lua num abraço terno e proibido, enovoado pelo fumo dum cigarro ardente que se esvai uma e outra vez, as vezes todas como se fosse a última!...

E de novo um amor perfeito e uma violeta...

E de novo...tudo de novo!...

*escrito na casa dos pais, em Coimbra, num dia feriado de frio e de chuva (01/12/2009,15h00)