sábado, dezembro 08, 2007

regresso

Nesta longa caminhada,
galgo ainda
lenta
essa encosta da vida.
E aprendo a cada dura passada pesada.
O corpo cansado dos passos que deu.
A alma resignada por erros mil que cometeu.
Estou de regresso.
Procuro o caminho de volta a casa.
Quero ficar
que o velho leito de flanela ainda me aquece.

Quero encontrar-me, que me perdi!
Dos sonhos, das cores…
Do odor a terra, do sol de Inverno, dos amores…
Quero de novo o sabor do riso,
O gosto da alma que carrego dentro e já não decifro.
Quero sentir de novo, na janela, o luar,
ouvir o mar, o vento a uivar...
Quero encontrar-me, que me perdi dos meus sentidos...

Regresso enfim.
E deixo-me lá atrás.
Deixo órfã essa busca estéril de me encontrar.
Liberto-me dos caminhos distantes e lugares recônditos,
das tatuagens do tempo, dos grilhões da alma.
Abandono o breve sabor dos instantes, o travo de outros seres.
E tantos outros pedaços perdidos nesta viagem
que finda
agora
ainda
mais esta vez…

Acerto o passo amanhã...
ou quando o Sol me despertar,
que um final não faz sentido sem um recomeço
e o caminho sempre se faz ao andar.

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